By Dr. Felipe Amoedo | 06/02/2024
Pedra nos rins (Cálculos renais)
Olá pessoal! Eu sou o Felipe Amoedo, médico urologista e andrologista em Salvador(BA), hoje vou falar sobre um assunto importante, pedras nos rins. Se você já ouviu falar sobre isso ou está passando por isso, não se preocupe, estou aqui para te explicar tudo!
O que são pedra nos rins?
Pedra nos rins, também conhecidos como cálculos urinários, nefrolitíase ou urolitíase, são pequenas massas sólidas que se formam nos rins ou em outras partes do sistema urinário. Essas “pedras” são compostas por minerais e sais que, em condições específicas, se aglomeram para criar depósitos sólidos.
A formação de cálculos renais ocorre quando os minerais e sais na urina se concentram em excesso, resultando na cristalização. Esses cristais podem se agrupar e crescer com o tempo, tornando-se pedras que variam em tamanho e composição.
Os cálculos nos rins podem se alojar em várias partes do sistema urinário, incluindo os rins, ureteres (os tubos que conectam os rins à bexiga), a bexiga e até mesmo a uretra. À medida que as pedras se deslocam pelo sistema urinário, podem causar dor intensa e desconforto, além de complicações médicas se não forem tratadas adequadamente.
Tipos de pedras nos rins
Identificar o tipo de pedra nos rins que afeta você é crucial para entender sua origem e pode fornecer insights sobre como reduzir o risco de futuras pedras nos rins. Se possível, ao eliminar uma pedra, tente guardá-la para que possa ser analisada pelo seu médico.
Os principais tipos de pedra nos rins incluem:
Pedras de cálcio: A grande maioria dos pedra nos rins é composta de cálcio, frequentemente na forma de oxalato de cálcio.
Pedras de estruvita: Essas pedras se formam em resposta a infecções do trato urinário. Elas podem crescer rapidamente e atingir um tamanho considerável, por vezes, com poucos sintomas ou aviso prévio.
Pedras de ácido úrico: Pedras de ácido úrico podem se desenvolver em pessoas que perdem grandes quantidades de líquido devido à diarreia crônica, má absorção, dietas ricas em proteínas, diabetes ou síndrome metabólica. Fatores genéticos também podem aumentar o risco de cálculos de ácido úrico.
Pedras de cistina: Estas pedras se formam em indivíduos com um distúrbio hereditário chamado cistinúria, que faz com que os rins excretem uma quantidade excessiva de um aminoácido específico.
Os sintomas comuns associados a pedras nos rins e como eles são diagnosticados
Os principais sintomas de pedra nos rins são:
- Dor Severa: A dor é um dos sintomas mais distintivos dos cálculos urinários. A dor é frequentemente descrita como aguda e em cólica, o que significa que vem em ondas intensas e pode variar em intensidade. A dor geralmente começa na região lombar ou abdominal, abaixo das costelas, e pode se irradiar para a virilha e órgãos genitais.
- Micção Dolorosa: Pacientes com cálculos urinários frequentemente relatam dor ao urinar. Pode haver uma sensação de queimação e desconforto durante o ato de urinar.
- Sangue na urina: Os cálculos renais podem causar sangramento na urina, que pode ser visível a olho nu. A urina pode ter uma cor avermelhada ou marrom devido à presença de sangue.
- Urgência e Frequência Urinária: Muitas pessoas com pedra nos rins experimentam uma urgência repentina de urinar, mesmo que a quantidade de urina seja pequena. A frequência urinária aumentada também é comum.
- Náusea e Vômito: A dor intensa causada por cálculos renais pode levar a náuseas e vômitos em alguns casos.
Como as pedra nos rins são diagnosticadas:
- Exame físico: O médico realizará um exame físico para avaliar os sintomas e procurar sinais de desconforto abdominal ou dor.
- Análise de urina: Um exame de urina pode revelar a presença de sangue ou cristais que indicam a formação de cálculos renais.
- Diagnóstico por imagem: Exames de imagem, como radiografia, ultrassonografia e tomografia computadorizada, são frequentemente usados para visualizar as pedra nos rins e determinar sua localização e tamanho.
- Avaliação da dor: A natureza e a localização da dor também podem ser indicativas de cálculos renais. A dor típica e aguda frequentemente leva o médico a suspeitar dessa condição.
- Exame de sangue: Um exame de sangue pode ajudar a determinar os níveis de cálcio, ácido úrico e outras substâncias que podem contribuir para a formação de pedra nos rins.
- Análise de pedras passadas: Pode ser solicitado a urinar através de uma peneira para coletar as pedras que você elimina. A análise laboratorial revelará a composição de suas pedras nos rins. Seu médico usa essas informações para determinar o que está causando as pedras nos rins e para formar um plano para prevenir mais pedras nos rins.
Fatores de risco
Vários fatores de risco podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver pedra nos rins. Reconhecer esses fatores pode ajudar na prevenção e no gerenciamento adequado. Alguns dos principais fatores de risco incluem:
- Histórico Familiar: Se alguém na família tiver uma história de cálculos renais, o risco pode ser maior devido a predisposições genéticas.
- Sexo: Os homens têm maior probabilidade de desenvolver pedra nos rins do que as mulheres.
- Idade: Pessoas entre 30 e 60 anos têm maior risco.
- Desidratação: Baixa ingestão de líquidos e desidratação crônica podem aumentar a concentração de minerais na urina, facilitando a formação de pedras.
- Concentração de Substâncias: A principal causa dos cálculos renais é a concentração excessiva de substâncias na urina, como cálcio, oxalato, ácido úrico e fosfato. Quando essas substâncias estão presentes em níveis elevados, elas podem se combinar para formar cristais sólidos que se agregam e se transformam em pedras.
- Dietas Específicas: Consumo excessivo de alimentos ricos em oxalato, sódio e proteínas animais pode contribuir para a formação de pedras nos rins.
- Obesidade: Pessoas com excesso de peso ou obesidade têm um risco maior de desenvolver cálculos renais.
- Certas Condições Médicas: Doenças como hiperparatireoidismo, gota, infecções recorrentes do trato urinário e síndrome metabólica podem aumentar o risco.
- Uso de Medicamentos: Alguns medicamentos, como diuréticos e inibidores da anidrase carbônica, podem aumentar a excreção de substâncias que formam cálculos renais.
- Histórico de pedra nos rins: Quem já teve pedras nos rins tem maior probabilidade de desenvolver novos cálculos.
- Doenças Intestinais Inflamatórias: Condições como doença de Crohn e retocolite ulcerativa podem afetar a absorção de nutrientes e aumentar o risco de pedra nos rins.
- Obstruções do Trato Urinário: Bloqueios no sistema urinário, como estenoses ou anomalias congênitas, podem predispor à formação de pedras.
- Estilo de Vida: Fatores de risco, como sedentarismo e hábitos alimentares pouco saudáveis, podem contribuir para o desenvolvimento de cálculos renais.
Como prevenir as pedras nos rins
A prevenção de cálculos renais envolve a adoção de medidas para reduzir o risco de sua formação.
Aqui estão algumas estratégias para evitar a ocorrência de pedras nos rins:
- Hidratação adequada: Beba bastante água durante o dia para manter a urina diluída. A ingestão adequada de líquidos ajuda a evitar a concentração de minerais que podem levar à formação de cálculos.
- Dieta equilibrada: Mantenha uma dieta saudável e equilibrada. Evite o consumo excessivo de alimentos ricos em oxalato, como espinafre, beterraba e nozes, que podem contribuir para a formação de pedras. Reduza o consumo de sódio (sal) em sua dieta.
- Controle do peso: Manter um peso saudável e evitar o sobrepeso pode ajudar a reduzir o risco de cálculos renais. O excesso de peso está associado a um maior risco de pedras nos rins.
- Redução de proteína animal: Limitar a ingestão de proteínas animais, como carne vermelha e aves, pode ser benéfico. Dietas ricas em proteínas podem aumentar o risco de cálculos renais, especialmente em pessoas predispostas.
- Cálcio dietético: Certamente, o cálcio é uma parte importante da dieta, mas evitar o consumo excessivo de suplementos de cálcio pode ser uma medida preventiva. A ingestão adequada de cálcio na dieta é preferível à suplementação.
- Consumo de oxalato: Se você tem um histórico de cálculos renais de oxalato de cálcio, pode ser útil moderar o consumo de alimentos ricos em oxalato.
- Exercício regular: Manter-se fisicamente ativo ajuda a prevenir a obesidade, que é um fator de risco para cálculos renais. Além disso, o exercício ajuda a manter a saúde geral.
- Redução do álcool: Consuma álcool com moderação. O excesso de álcool pode aumentar o risco de cálculos renais.
- Evitar suplementos de vitamina C: Evite o uso excessivo de suplementos de vitamina C, uma vez que doses muito altas podem aumentar o risco de formação de cálculos renais.
- Medicamentos: Em alguns casos, seu médico pode prescrever medicamentos para prevenir a formação de cálculos renais, especialmente se você tiver um histórico de recorrência.
Lembre-se de que a prevenção de pedra nos rins é uma abordagem personalizada, e as recomendações podem variar com base na causa subjacente dos cálculos. É importante discutir qualquer plano de prevenção com um profissional de saúde para garantir que seja adequado às suas necessidades individuais.
Se você já teve cálculos renais ou está preocupado com seu risco, consulte um médico urologista para orientações específicas.
Tratamento clínico para pedra nos rins
A experiência de lidar com pedra nos rins pode ser dolorosa, mas, em grande parte, não resulta em danos permanentes quando identificada e tratada a tempo. A abordagem de tratamento varia conforme a gravidade e a localização das pedras nos rins.
Pedras pequenas com sintomas mínimos
A maioria das pequenas pedras nos rins pode ser gerenciada sem a necessidade de tratamentos invasivos. Para facilitar a passagem dessas pedras e aliviar os sintomas mínimos associados a elas, considere as seguintes medidas:
1. Hidratação adequada: A ingestão de líquidos desempenha um papel crucial. Beber de 2 a 3,6 litros de água por dia é essencial para manter a urina diluída, o que, por sua vez, pode ajudar a evitar a formação de cálculos. A menos que seu médico recomende restrições específicas, mantenha-se bem hidratado, dando preferência à água para promover a produção de urina clara ou quase clara.
2. Analgésicos: A passagem de uma pedra renal pequena pode ser desconfortável. Para aliviar a dor leve associada a esse processo, seu médico pode indicar analgésicos. Estes medicamentos podem proporcionar alívio e tornar a experiência mais tolerável.
3. Terapia medicamentosa: Em alguns casos, seu médico pode prescrever medicamentos específicos para auxiliar na eliminação da pedra nos rins. Esses medicamentos, conhecidos como bloqueadores alfa, atuam relaxando os músculos do ureter, o que facilita a passagem da pedra renal com menos desconforto.
Pedras grandes
Quando as pedras nos rins são grandes demais para serem eliminadas de forma natural ou causam sintomas graves, sangramento, danos renais ou infecções persistentes no trato urinário, intervenções médicas mais extensas podem ser necessárias. Os procedimentos podem incluir:
1. Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO):
Para certas pedras renais, dependendo de seu tamanho e localização, seu médico pode recomendar a LECO.
Esse procedimento utiliza ondas sonoras para criar vibrações intensas, conhecidas como ondas de choque, que fragmentam as pedras em pequenos pedaços que podem ser eliminados naturalmente pela urina.
A LECO dura aproximadamente de 45 a 60 minutos e pode causar desconforto moderado. Portanto, você pode receber sedação ou anestesia leve para garantir seu conforto. É importante observar que a LECO pode resultar em sintomas como sangue na urina, hematomas nas costas ou abdômen, sangramento próximo aos rins e outros órgãos adjacentes, além de desconforto quando os fragmentos das pedras passam pelo trato urinário.
2. Ureteroscopia:
Quando é necessário remover uma pedra no ureter ou no rim, o médico pode realizar um procedimento chamado ureteroscopia. Isso envolve a inserção de um tubo fino e iluminado (ureteroscópio) equipado com uma câmera através da uretra e da bexiga até o ureter. Depois de localizar a pedra, ferramentas especiais podem ser usadas para segurá-la ou fragmentá-la em partes menores que serão eliminadas pela urina. Após o procedimento, o médico pode inserir um pequeno tubo (stent) no ureter para aliviar o inchaço e facilitar a cicatrização. Você pode necessitar de anestesia geral ou local durante este procedimento.
3. Nefrolitotomia Percutânea:
Para pedras nos rins muito grandes, pode ser recomendada uma cirurgia para removê-las, chamada nefrolitotomia percutânea. Esse procedimento envolve a remoção cirúrgica da pedra renal utilizando pequenos telescópios e instrumentos inseridos por meio de uma pequena incisão nas costas. Você será submetido a anestesia geral durante a cirurgia e, geralmente, permanecerá no hospital por um a dois dias para recuperação. O médico pode sugerir essa cirurgia se a LECO se a Ureterolitotripsia não for bem sucedida ou caso o cálculo seja grande demais para uma abordagem endoscópica.
4. Cirurgia das Glândulas Paratireoides:
Algumas pedras de fosfato de cálcio se desenvolvem devido a glândulas paratireoides hiperativas, localizadas nos quatro cantos da glândula tireoide, logo abaixo do pomo de Adão. Quando essas glândulas produzem um excesso de hormônio da paratireoide (hiperparatireoidismo), os níveis de cálcio no corpo podem se elevar, contribuindo para a formação de pedras nos rins.
O hiperparatireoidismo pode ocorrer quando um pequeno tumor benigno se desenvolve em uma das glândulas paratireoides ou quando outras condições levam a um aumento na produção do hormônio da paratireoide por essas glândulas. A remoção do crescimento glandular interrompe a formação de pedras renais. Alternativamente, seu médico pode recomendar o tratamento da condição subjacente responsável pela produção excessiva de hormônio pela glândula paratireoide.
Cada caso é único, e seu médico discutirá a opção de tratamento mais adequada para suas necessidades específicas, levando em consideração o tamanho da pedra, a localização e a gravidade dos sintomas.
Tratamento Preventivo de pedra nos rins
Se você tem um histórico de pedra nos rins ou fatores de risco elevados, seu médico pode recomendar um plano de tratamento preventivo. Isso pode incluir mudanças na dieta, terapia medicamentosa ou outras intervenções para reduzir o risco de recorrência.
Adotar um estilo de vida saudável desempenha um papel fundamental na prevenção de cálculos renais e na manutenção da saúde em geral. Aqui estão alguns benefícios de adotar hábitos saudáveis em relação à prevenção de cálculos renais:
- Hidratação Adequada
- Alimentação Balanceada
- Controle do Peso
- Atividade Física
- Limitação de Substâncias Nocivas
- Higiene Urinária
- Consultas Médicas Regulares
Lembre-se de que a prevenção é o melhor caminho para evitar a dor e o desconforto associados aos cálculos renais. Ao adotar um estilo de vida saudável, você não apenas protege seus rins da formação de pedras, mas também contribui para uma vida mais saudável e ativa em geral. Consultar um profissional de saúde ou um nutricionista pode ajudar a criar um plano personalizado para prevenir a ocorrência de cálculos renais e promover sua saúde global.
A abordagem de tratamento é altamente individualizada e depende das características específicas do seu caso. Portanto, é fundamental buscar orientação profissional para determinar a melhor estratégia de tratamento e prevenção. Com a devida atenção médica e a adoção de medidas preventivas adequadas, é possível gerenciar eficazmente os cálculos renais e evitar futuras ocorrências. Consulte seu médico para discutir as opções disponíveis e criar um plano de cuidados adaptado às suas necessidades.
Quando consultar um Urologista
Se tiver quaisquer sinais e sintomas que o preocupem, marque uma consulta com seu urologista.
⚠ Procure atendimento urológico imediato se sentir: ⚠
- Dor tão intensa que você não consegue ficar parado ou encontrar uma posição confortável
- Dor acompanhada de náuseas e vômitos
- Dor acompanhada de febre e calafrios
- Sangue na sua urina
- Dificuldade em urinar
Dicas para alívio da dor do pedra nos rins
O alívio da dor causada por cálculos renais pode ser uma parte importante do tratamento, especialmente quando as pedras são passadas naturalmente. Aqui estão algumas dicas que podem ajudar a aliviar a dor:
Hidratação adequada: Beba bastante água. A hidratação é essencial para ajudar a passar as pedras e aliviar a dor. A urina diluída facilita o movimento das pedras pelo trato urinário.
Analgesia: O uso de analgésicos de venda livre, pode aliviar a dor. Siga as orientações de dosagem recomendadas pelo rótulo do medicamento ou as instruções do seu médico.
Aplicação de calor: Colocar uma bolsa de água quente ou almofada de aquecimento na área abdominal ou nas costas, onde a dor é sentida, pode proporcionar alívio temporário.
Movimento: Caminhar ou fazer exercícios leves pode ajudar a movimentar as pedras e aliviar o desconforto.
Repouso: Descansar e evitar atividades extenuantes pode ser útil, especialmente se a dor for intensa.
Técnica de respiração: Aprenda técnicas de respiração profunda e relaxamento para controlar a dor e a ansiedade.
Ficar atento aos sinais de alerta: Se a dor for severa, se houver sangue na urina, febre, vômitos persistentes ou outros sintomas graves, é importante procurar atendimento médico imediatamente.
Mantenha um diário: Anote os episódios de dor, intensidade e duração. Isso pode ser útil para o seu médico avaliar sua condição e decidir o melhor tratamento.
Lembre-se de que o tratamento da dor deve ser discutido com seu urologista, especialmente se você tiver condições médicas preexistentes ou estiver tomando outros medicamentos. O urologista pode fornecer orientações específicas com base na gravidade da dor e no tamanho das pedras nos rins. Em casos de dor intensa e persistente, a consulta urológica é essencial para avaliar a necessidade de tratamentos adicionais, como procedimentos para quebrar as pedras maiores.
Termos pesquisados:
Pedras nos rins
Cálculos Urológicos
Nefrolitíase
Urolitíase
Litíase Renal
Calculose Renal
Ureterolitíase
Ureterolitíase
Cistolitíase
Referência:
Dr. Felipe Amoedo – Urologista e Andrologista Salvador Bahia atendimento em CEMED HSR Ondina , Hospital São Rafael, Núcleo Oscar Freire – NOF, Uro+ Urologia | Centro Médico Hospital Aliança
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