By Dr. Felipe Amoedo | 08/04/2024
Tudo sobre o câncer de testículo e o tratamento
Seja muito bem-vindo a mais uma conversa franca sobre saúde e bem-estar! Eu sou o Felipe Amoedo, médico urologista, atuo em Salvador (BA). Hoje vamos bater um papo sobre câncer de testículo!
O que é o câncer de testículo?
Os testículos, dois órgãos situados na bolsa escrotal, desempenham um papel vital na produção de espermatozoides e no controle da testosterona, o principal hormônio sexual masculino.
O câncer de testículo afeta diretamente o testículo. Embora raro, representa 1% dos tumores masculinos globalmente e 5% das malignidades urológicas. Sua incidência preocupante, especialmente em homens entre 15 e 50 anos, destaca a importância da conscientização sobre a doença. Detectável precocemente, apresenta altas taxas de cura, porém, o desconhecimento e a confusão com outras condições podem dificultar o diagnóstico precoce.
Sintomas do câncer de testículo
A manifestação inicial desse câncer frequentemente se apresenta como um nódulo duro e indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha. Contudo, é essencial observar outras alterações, como variação no tamanho dos testículos, endurecimentos, dores imprecisas no abdômen inferior e aumento ou sensibilidade dos mamilos. A consulta a um urologista diante de tais alterações é imperativa.
Fatores de risco do câncer no testículo
Diversos fatores contribuem para o aumento do risco de desenvolvimento do câncer testicular em homens. Um dos mais frequentes é a história prévia de criptorquia, que ocorre em crianças nascidas com o testículo que não desceu para a bolsa escrotal, especialmente quando a correção não é realizada ou é efetuada tardiamente, após os 2 anos de idade.
Além disso, a presença de antecedentes familiares de tumores testiculares, infertilidade, e a exposição a determinadas substâncias químicas também estão associadas a um maior risco de desenvolvimento dessa condição.
A atenção a esses fatores é crucial para identificar indivíduos suscetíveis.
Você já conhece o Dr. Felipe Amoedo – Urologista e Andrologista em Salvador !
Detecção Precoce
A detecção precoce é a pedra angular para enfrentar o câncer de testículo. Investigação por meio de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos é crucial, especialmente quando há sinais e sintomas suspeitos. No entanto, o rastreamento em pessoas assintomáticas não é recomendado devido aos riscos potenciais de superarem os benefícios comprovados.
Diagnóstico do Câncer de testículo
O diagnóstico envolve um cuidadoso exame físico, ultrassonografia da bolsa escrotal e dosagem de marcadores tumorais no sangue. A classificação em seminomas e não seminomas, juntamente com o estadiamento da doença, orienta as decisões terapêuticas. A orquiectomia radical, a biópsia e outros exames são ferramentas cruciais nesse processo.
Prevenção do câncer de testículo
A prevenção do câncer de testículo envolve medidas que visam reduzir os riscos associados ao desenvolvimento dessa condição. Embora alguns fatores de risco não possam ser totalmente controlados, adotar um estilo de vida saudável e estar ciente de determinados aspectos pode contribuir para a prevenção. Aqui estão algumas orientações:
- Autoexame regular;
- Conscientização do corpo;
- Histórico familiar;
- Exames de rotina;
- Proteção contra lesões;
- Estilo de vida saudável;
- Exames médicos regulares;
- Converse com seu urologista;
- Proteção contra radiação e substâncias químicas;
Tenha diálogos abertos com seu urologista sobre fatores de risco, sintomas e qualquer preocupação relacionada à saúde dos testículos.
Tratamento cirúrgico em câncer de testículo
A abordagem cirúrgica é fundamental para a avaliação de todas as massas tumorais identificadas no testículo, realizada por meio de uma incisão na região da virilha. Após a confirmação do tumor, a remoção completa do testículo é realizada.
Para pacientes que desejam preservar a estética, é possível a colocação de uma prótese no local do testículo removido. Embora a prótese não desempenhe funções como a produção de espermatozoides ou testosterona, ela mantém a aparência natural da bolsa escrotal, aspecto especialmente relevante em adolescentes.
Em alguns casos, a cirurgia pode ser suficiente como tratamento definitivo. Contudo, em outras situações, podem ser necessárias terapias complementares, como quimioterapia ou radioterapia. A decisão sobre o tratamento adicional é baseada nos resultados de exames de imagem, dosagem de marcadores tumorais e biópsia do tumor pós-cirurgia.
Atualmente, mais de 95% dos casos de tumores testiculares são passíveis de cura, graças aos avanços médicos. É crucial que todos os homens, bem como pais e mães de crianças do sexo masculino, estejam atentos a qualquer aumento no volume da bolsa escrotal.
Embora esses tumores geralmente não causem dor, a ausência de desconforto não deve ser motivo para adiar a busca por ajuda médica. Recomenda-se procurar atendimento sempre que houver qualquer aumento na bolsa escrotal. O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura, possibilitando tratamentos mais simples e eficazes.
Como preservar a fertilidade em casos de câncer de testículo
A preservação da fertilidade em casos de câncer de testículo é uma preocupação significativa, uma vez que o tratamento pode impactar a produção de espermatozoides. Aqui estão algumas opções e considerações para preservar a fertilidade durante o tratamento do câncer de testículo:
- Conversa com o médico: Antes de iniciar qualquer tratamento, discuta abertamente com seu médico sobre suas preocupações em relação à fertilidade.
- Preservação do esperma (Criotpreservação): A opção mais comum é a criopreservação de esperma (congelamento de espermatozoides). Antes do tratamento, uma ou várias amostras de esperma são coletadas e armazenadas para uso futuro em técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV).
- Biópsia testicular: Em alguns casos, quando a produção de esperma é comprometida, uma biopsia testicular pode ser considerada. Isso envolve a coleta direta de tecido testicular para obter espermatozoides utilizáveis, que podem então ser congelados ou usados imediatamente.
- Opções para crianças e adolescentes: Para meninos que ainda não atingiram a puberdade, há opções específicas, como a preservação do tecido testicular ou, em alguns casos, a coleta de esperma após a puberdade.
- Acompanhamento pós-tratamento: Após a conclusão do tratamento, é importante fazer um acompanhamento regular com o médico para avaliar a recuperação da função testicular e discutir opções de fertilidade.
Lembre-se de que cada caso é único, e as opções de preservação da fertilidade podem variar com base no estágio do câncer, tipo de tratamento e idade do paciente.
Autoexame Testicular: Importância e como fazer
O autoexame permite identificar possíveis massas ou mudanças nos testículos, ajudando na detecção precoce de condições como o câncer testicular.
Como Realizar o Autoexame Testicular:
- Escolha um momento confortável: O melhor momento para realizar o autoexame é durante ou após o banho, quando a pele está relaxada.
- Examine um testículo de cada vez: Use ambas as mãos para examinar cada testículo separadamente.
- Role suavemente os testículos: Coloque os dedos indicador e médio sob o testículo e os polegares na parte superior. Role o testículo suavemente entre os dedos para sentir qualquer caroço, inchaço ou mudança de textura.
- Verifique a epidídimo: O epidídimo é um pequeno tubo enrolado localizado na parte de trás de cada testículo. Isso é normal e não deve ser confundido com um caroço.
- Observe alterações: Preste atenção a qualquer alteração significativa na forma, tamanho ou sensação dos testículos. Consulte um médico se notar algo incomum.
- Repita mensalmente: Torne o autoexame parte da sua rotina mensal. A regularidade aumenta a probabilidade de detectar problemas precocemente.
O autoexame testicular é uma prática simples que pode salvar vidas.
O câncer de testículo, apesar de sua raridade, não pode ser negligenciado, especialmente dada sua incidência em homens jovens e em idade produtiva. Informação, diagnóstico precoce e tratamento adequado são pilares essenciais para melhores prognósticos. O acompanhamento pós-tratamento e a conscientização sobre fatores de risco são passos cruciais na promoção da saúde masculina e no enfrentamento eficaz dessa neoplasia singular.
Mitos sobre o câncer de testículo
O câncer de testículo é cercado por alguns mitos que podem gerar desinformação. Aqui estão alguns mitos comuns associados ao câncer de testículo:
Apenas homens mais velhos desenvolvem câncer de testículo:
Mito. Embora o risco de câncer de testículo aumente com a idade, especialmente após os 15 anos, ele pode afetar homens de todas as idades, incluindo adolescentes e adultos jovens.
A presença de um nódulo sem dor não é preocupante:
Mito. Muitos cânceres testiculares se apresentam como nódulos indolores. Ignorar um nódulo pensando que a ausência de dor o torna inofensivo é um equívoco. Qualquer alteração nos testículos deve ser avaliada por um médico.
Câncer de testículo é sempre fatal:
Mito. O câncer de testículo tem uma taxa de cura muito alta, especialmente quando diagnosticado precocemente. O tratamento, incluindo cirurgia, quimioterapia e radioterapia, tem sido eficaz, e muitos pacientes se recuperam completamente.
Todos os nódulos nos testículos são cancerígenos:
Mito. Nem todos os nódulos nos testículos são cancerígenos. Existem várias condições, como cistos, varicoceles e orquiepididimites, que podem causar nódulos e são benignas. No entanto, qualquer nódulo deve ser avaliado por um profissional de saúde.
A fertilidade é sempre afetada pelo câncer de testículo:
Mito. Embora o tratamento do câncer de testículo possa impactar a fertilidade, opções como a criopreservação de esperma antes do tratamento podem ajudar a preservar a capacidade reprodutiva em muitos casos.
O autoexame não é necessário:
Mito. O autoexame dos testículos é uma prática útil para detectar quaisquer alterações precoces. Embora não seja um substituto para exames médicos regulares, pode ajudar na identificação precoce de problemas.
O câncer de testículo não acontece em jovens:
Mito. O câncer de testículo é mais comum em homens jovens, especialmente entre 15 e 40 anos. Portanto, os homens mais jovens não devem ignorar os sintomas ou adiar a procura de atendimento médico.
A masturbação causa câncer de testículo:
Mito. Não há evidências científicas que comprovem qualquer ligação entre a masturbação e o câncer de testículo. Este é um mito infundado.
É crucial separar os mitos dos fatos quando se trata de câncer de testículo. Consultar um profissional de saúde para avaliação e orientação adequada é fundamental para um diagnóstico e tratamento precisos.
Dúvidas Frequentes
Existe uma idade específica para o câncer de testículo ocorrer?
Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum em homens jovens, geralmente entre 15 e 40 anos.
O autoexame é eficaz na detecção precoce?
O autoexame pode ser útil para detectar mudanças nos testículos, mas não substitui exames médicos regulares. Consultar um médico é essencial.
Tenho criptorquidia, isso aumenta o risco de câncer de testículo?
Sim, a criptorquidia (testículo não descido) é um fator de risco, especialmente se não for corrigida cirurgicamente.
Meu pai teve câncer de testículo eu posso ter?
Pode haver uma predisposição genética. Ter um parente de primeiro grau com câncer de testículo pode aumentar o risco.
A cirurgia é o único tratamento?
A cirurgia para remover o testículo afetado é comum, mas tratamentos adicionais, como quimioterapia e radioterapia, podem ser necessários, dependendo do estágio do câncer.
O tratamento afeta a fertilidade?
Alguns tratamentos podem afetar a fertilidade. A criopreservação de esperma antes do tratamento é uma opção para preservar a capacidade reprodutiva.
O câncer de testículo é fatal?
Não necessariamente. Com detecção precoce e tratamento adequado, a maioria dos casos é curável, e a taxa de sobrevivência é alta.
Como posso reduzir o risco de câncer de testículo?
Não há medidas definitivas, mas manter um estilo de vida saudável e procurar atendimento médico para quaisquer preocupações são boas práticas.
Termos de pesquisa
Câncer de Testículo: Sintomas e Diagnóstico
Tratamento para Câncer Testicular: Opções e Efeitos Colaterais
Fatores de Risco para Câncer de Testículo
Criptorquidia e Risco de Câncer Testicular
Câncer Testicular em Jovens: Prevenção e Conscientização
Cirurgia de Remoção de Testículo: O Que Esperar
Preservação da Fertilidade em Pacientes com Câncer Testicular
Quimioterapia e Radioterapia no Tratamento do Câncer de Testículo
Autoexame Testicular: Importância e Como Fazer
Genética e Predisposição ao Câncer Testicular
Impacto do Câncer Testicular na Fertilidade Masculina
Câncer de Testículo em Adolescentes: Desafios e Tratamento
Perguntas Frequentes sobre Câncer de Testículo
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