By Dr. Felipe Amoedo | 17/04/2024
Toda incontinência urinária é igual?
Olá! Eu sou o Dr Felipe Amoedo, médico especialista em incontinência urinária em Salvador, e hoje vamos falar sobre essa doença que provoca perda de qualidade de vida a muitas mulheres.
As perdas urinárias são sintomas frequentes em mulheres após os 40 anos, podendo ser causadas por diversas patologias. A mais frequentes são incontinência urinária de esforço e a bexiga hiperativa. Nesse texto vamos esclarecer dúvidas sobre essas doenças.
A bexiga hiperativa e a incontinência urinária de esforço são duas condições prevalentes, mas com causas e manifestações clínicas distintas. Entender essas diferenças é crucial para o diagnóstico adequado e o tratamento eficaz.
Bexiga Hiperativa
A bexiga hiperativa é caracterizada principalmente pela urgência urinária, que é o desejo repentino e intenso de urinar, que pode ser difícil de controlar. Essa urgência pode ocorrer seguida ou não de incontinência urinária, frequentemente acompanhada de polaciúria (aumento da frequência urinária) e nictúria (necessidade de urinar várias vezes durante a noite). A bexiga hiperativa é causada pela contração involuntária do músculo detrusor da bexiga durante a fase de enchimento, que pode ou não estar associada a um aumento no volume da bexiga.
Incontinência Urinária de Esforço
A incontinência urinária de esforço, por outro lado, ocorre quando há uma perda involuntária de urina durante atividades que aumentam a pressão intra-abdominal, como tossir, espirrar, rir, exercitar-se ou levantar objetos pesados. Essa condição é geralmente o resultado de um enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico ou do esfíncter uretral, que não conseguem fechar completamente a uretra sob pressão.
Diferenças na Patologia
Enquanto a Bexiga Hiperativa é mais relacionada a um problema de regulação neuromuscular da bexiga que causa contrações involuntárias, a incontinência urinária de esforço é predominantemente uma questão física relacionada à integridade estrutural do suporte pélvico e uretral. Portanto, a Bexiga hiperativa é muitas vezes tratada com medicamentos que relaxam o músculo da bexiga ou com terapias que modificam a resposta do nervo, enquanto a Incontinência Urinária de Esforço é mais frequentemente abordada com exercícios físicos que fortalecem os músculos pélvicos, procedimentos de suporte ou cirurgias que aumentam a resistência uretral.
Manifestações Clínicas e Diagnóstico
No diagnóstico, a distinção entre essas condições é essencial e pode geralmente ser identificada pela história clínica da paciente, exame físico e testes específicos como diário miconal, testes de pad (teste do absorvente) e estudos urodinâmicos. Enquanto pacientes com Bexiga Hiperativa irão relatar episódios de urgência que podem ser desencadeados pelo som da água ou ao tocar em água fria, aqueles com Incontinência urinária de esforço relatam perda de urina associada a esforços físicos (tossir, espirar, gargalhar, levantar pesos).
Impacto
Ambas as condições podem ter um impacto significativo na qualidade de vida, limitando as atividades diárias, a vida social e a saúde emocional das pacientes. No entanto, devido às suas causas subjacentes diferentes, as estratégias de tratamento são também distintas e personalizadas para cada tipo de incontinência.
Ao entender as diferenças entre a bexiga hiperativa e a incontinência urinária de esforço, profissionais de saúde podem oferecer tratamentos mais direcionados e eficazes, melhorando significativamente a qualidade de vida de seus pacientes.
Tratamento
As estratégias de tratamento para a bexiga hiperativa e a incontinência urinária de esforço refletem suas causas e mecanismos distintos. A abordagem terapêutica varia desde intervenções comportamentais e conservadoras até opções medicamentosas e cirúrgicas específicas para cada condição.
Medidas Comportamentais e Conservadoras
Ambas as condições podem se beneficiar de mudanças comportamentais e medidas conservadoras. Para a Bexiga Hiperativa, é importante reduzir a ingesta de líquidos, principalmente com cafeína, como café e refrigerante, bebidas com adoçantes, e irritantes vesicais como pimenta e chocolate. As pacientes são orientadas a não postergar a micção ao sentir desejo miccional, assim evitando as perdas. Já na Incontinência urinária de esforço, a ênfase é colocada nos exercícios do assoalho pélvico (exercícios de Kegel) que fortalecem os músculos que suportam a uretra e ajudam a prevenir vazamentos durante atividades que aumentam a pressão abdominal. Perda de peso colabora para redução da pressão abdominal e melhor controle dos sintomas.
Fisioterapia
Na fisioterapia para Incontinência urinária de esforço, o foco está no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, melhorando o suporte para a bexiga e a uretra. Para a bexiga hiperativa, a fisioterapia pode incluir técnicas de relaxamento e exercícios que promovem o esvaziamento eficaz da bexiga e reduzem a frequência das contrações involuntárias do detrusor.
É importante frisar que a fisioterapia faz parte do tratamento das duas patologias, porém são abordagens fisioterápicas bastante diferentes entre si.
Tratamento Medicamentoso
O tratamento medicamentoso difere significativamente entre as duas condições. Para a bexiga hiperativa, os anticolinérgicos e os agonistas beta-3 são comumente usados para relaxar o músculo da bexiga e aumentar a capacidade de armazenamento da bexiga. Em contraste, a Incontinência urinária de esforço raramente é tratada com medicamentos, embora agentes como a duloxetina, um antidepressivo que aumenta o tônus muscular no esfíncter uretral, possam ser usados em alguns casos.
Tratamento Cirúrgico
As opções cirúrgicas também variam. Para a Incontinência urinária de esforço, procedimentos como a colocação de slings de uretra média ou colposuspensões são realizados para oferecer suporte mecânico à uretra, ajudando a manter o fechamento uretral sob pressão. No caso da bexiga hiperativa, as intervenções cirúrgicas podem incluir a injeção de Botox na parede da bexiga para reduzir a hiperatividade do múscula detrusor ou a neuromodulação sacral, que usa dispositivos implantáveis para regular a função dos nervos que controlam a bexiga.
A seleção de um tratamento apropriado depende de uma avaliação cuidadosa das características individuais do paciente e da severidade dos sintomas. A escolha entre as várias opções terapêuticas deve ser feita com a orientação de um médico urologista esperiente, levando em consideração as preferências da paciente, os potenciais efeitos colaterais dos tratamentos e as condições médicas concomitantes. É fundamental uma abordagem holística e personalizada para alcançar os melhores resultados no manejo dessas condições complexas e frequentemente interconectadas.
Se você tem perdas urinárias e gostaria de uma avaliação com urologista especialista em incontinência urinária, entre em contato com a nossa equipe.
Dr. Felipe Amoedo – Urologista e Andrologista Salvador Bahia atendimento em CEMED HSR Ondina , Hospital São Rafael, Núcleo Oscar Freire – NOF, Uro+ Urologia | Centro Médico Hospital Aliança
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