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By Dr. Felipe Amoedo | 01/03/2024

Infecção urinária na mulher: cuidados essenciais no verão

Infecção urinária na mulher: cuidados essenciais no verão

O verão é uma época em que muitas mulheres aproveitam para curtir ao ar livre, mas também é uma estação em que a incidência de infecções urinárias pode aumentar. A combinação de altas temperaturas, umidade e certos hábitos comuns durante o verão pode criar um ambiente propício para o desenvolvimento de infecções urinárias. 

Com a chegada do verão, é crucial que as mulheres estejam atentas aos sinais de infecção urinária, uma condição que, se não tratada adequadamente. Nessa matéria irei falar  algumas informações vitais para garantir a saúde urinária durante os meses mais quentes.

Mas primeiramente o que é infecção urinária?

Olá, eu sou o Felipe Amoedo, médico urologista e andrologista em Salvador(BA). Seja bem-vindo ao meu portal de informação. Boa leitura!

O que é uma infecção urinária?

A infecção urinária é uma condição que afeta o sistema urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. Essa infecção ocorre quando microrganismos, geralmente bactérias, invadem o trato urinário, levando a sintomas desconfortáveis.

Por que a infecção urinária afeta mais as mulheres?

A prevalência da infecção urinária nas mulheres, em comparação aos homens, é um fenômeno amplamente estudado, com raízes na anatomia distintiva dos sistemas urinários feminino e masculino.

mulher sofrendo de infecção urinária
Mulher sofrendo com infecção urinária

Anatomia feminina e vulnerabilidade:

Na mulher, a uretra, responsável por transportar a urina da bexiga para a vagina, é notavelmente curta, variando de 2 a 4 centímetros. Essa proximidade à vagina e a sua localização próxima ao ânus aumentam o risco de contaminação, mesmo com cuidados higiênicos rigorosos. A literatura científica destaca que cerca de 30% das mulheres experimentarão infecções urinárias ao longo de suas vidas.

anatomia feminina
Anatomia Feminina

Contraste com a anatomia masculina:

Em contrapartida, a anatomia masculina apresenta uma uretra consideravelmente mais longa, variando de 15 a 20 centímetros. Essa extensão, em parte devido à presença do pênis, cria uma barreira natural que reduz a proximidade entre a uretra e o ânus, minimizando o risco de contaminação bacteriana.

Fatores desencadeantes e microorganismos:

A infecção urinária, em sua maioria (cerca de 80% dos casos), é provocada pela Escherichia coli, uma bactéria que normalmente habita o trato gastrointestinal. O curto percurso da uretra feminina facilita a migração dessas bactérias do ânus para a vagina e, subsequentemente, para a bexiga, desencadeando a infecção.

Aspectos cronológicos e masculinidade:

Outro aspecto a ser considerado é que os homens, em geral, enfrentam esse problema em idades mais avançadas, especialmente após os 50 anos, muitas vezes relacionado a condições como doenças da próstata.

Sintomas e Sinais de Alarme

Se não for devidamente tratada, uma infecção urinária pode estender-se aos órgãos reprodutivos, aumentando significativamente o risco de infertilidade. Alguns sinais de alerta que merecem atenção incluem:

  • Dor ou ardência ao urinar: Sensação de queimação ou desconforto durante a micção é um sintoma comum.
  • Aumento da frequência urinária: Sentir a necessidade de urinar com mais frequência do que o habitual, mesmo quando a quantidade de urina é pequena.
  • Urgência para urinar: Sensação de urgência repentina de urinar, muitas vezes difícil de controlar.
  • Dor abdominal ou pélvica: Desconforto na parte inferior do abdômen ou na região pélvica.
  • Urina turva ou com odor forte: Alterações na aparência ou odor da urina podem indicar uma infecção.
  • Urina com sangue: Presença de sangue na urina, o que pode dar uma coloração rosa ou avermelhada.
  • Desconforto lombar: Dor na região lombar, indicando uma possível infecção nos rins.
  • Cansaço ou mal-estar geral: Infecções graves podem causar sintomas sistêmicos, como fadiga e mal-estar.

É fundamental procurar orientação urológica se esses sintomas persistirem ou piorarem, pois a infecção urinária, se não tratada adequadamente, pode levar a complicações mais sérias.

Meu compromisso é cuidar da sua saúde de forma ética, individualizada e humana.

Causas e fatores de risco

  • Desidratação: A desidratação é comum durante o verão, aumentando o risco de infecções urinárias. Certifique-se de manter uma ingestão adequada de líquidos para proteger sua saúde.
  • Roupas de banho úmidas: Permanecer com roupas de banho úmidas por muito tempo cria um ambiente propício para o crescimento bacteriano.
  • Banheiros públicos: Evite o contato prolongado com banheiros públicos, pois podem ser fontes de bactérias.
  • Relações sexuais: A atividade sexual sem higiene adequada pode aumentar o risco de infecções.  O ato sexual pode introduzir bactérias na uretra, aumentando o risco de infecção. Mulheres sexualmente ativas tendem a ter uma incidência mais alta.
  • Mulheres vs. Homens: As mulheres são mais propensas a infecções urinárias devido à sua anatomia. 
  • Fatores hormonais: Mudanças hormonais, como aquelas durante a gravidez e a menopausa, podem alterar o ambiente vaginal, tornando-o mais propenso a infecções urinárias.
  • Uso de dispositivos: O uso de dispositivos contraceptivos, como diafragmas, e o uso prolongado de cateteres urinários também podem aumentar o risco.

Três das dicas que mais dou às mulheres: bebam muita água; procurem fazer xixi após a relação sexual; e, ao urinar ou evacuar, tentem se limpar de frente para trás, evitando, assim, que as bactérias migrem da região do ânus para a vagina.

Outros Fatores que aumentam as chances de infecção urinária

  • Constipação (prisão de ventre e intestino);
  • Pedras nos rins;
  • Diabetes;
  • Baixa imunidade;
  • Segurar a urina por muito tempo.

Cuidados preventivos 

  • Hidratação adequada: Beba uma quantidade suficiente de água para manter as vias urinárias limpas, reduzindo significativamente o risco de infecção.
  • Higiene rigorosa: Após atividades aquáticas, troque imediatamente as roupas de banho molhadas. Além disso, mantenha uma higiene adequada após o uso de banheiros públicos e escolha roupas íntimas de algodão.
  • Urinar após relações sexuais: Urinar logo após o sexo é crucial para eliminar bactérias que podem ter ingressado na uretra durante a atividade.
  • Esvaziar completamente a bexiga para evitar infecções.
  • Beber líquidos regularmente: como água, chá e suco, e esvaziar a bexiga a cada duas ou três horas são práticas essenciais. 
  • Urine regularmente:
  • Evitar reter a urina: Não segure a urina por períodos prolongados. Urinar regularmente ajuda a eliminar as bactérias que podem entrar no trato urinário. Especialmente para profissionais que têm restrições em deixar seus postos de trabalho, como professoras e recepcionistas. O ato de urinar em pé ou semissentada, comum em banheiros fora de casa, pode impedir o esvaziamento completo da bexiga, favorecendo infecções.
  • Troca rápida de roupas de banho: Após sair da água, troque imediatamente o traje de banho molhado por roupas secas. O ambiente úmido é propício para o crescimento de bactérias, e a troca rápida reduz o risco de infecções.
  • Evite banhos de água muito quente: Banhos prolongados em água muito quente podem retirar a camada protetora natural da pele, tornando-a mais suscetível a infecções. Opte por banhos mornos e evite o uso excessivo de sabonetes antibacterianos.
  • Alimentação balanceada: Mantenha uma dieta equilibrada rica em frutas, vegetais e fibras. Esses alimentos promovem um sistema imunológico saudável, auxiliando na prevenção de infecções.
  • Use roupas leves e respiráveis: Roupas apertadas e tecidos sintéticos podem reter umidade, criando um ambiente favorável para o crescimento bacteriano. Opte por roupas leves e feitas de tecidos respiráveis.
  • Consulta urológica: Se sentir sintomas de infecção urinária, como dor ao urinar, urgência urinária ou dor na região pélvica, busque orientação médica imediatamente.

Outros cuidados preventivos incluem evitar roupas muito apertadas, optar por calcinhas com forro de algodão e esvaziar a bexiga antes e depois das relações sexuais. Além disso, é importante manter a lubrificação vaginal para minimizar o trauma uretral durante o coito.

A ingestão excessiva de alimentos ácidos, como abacaxi, maracujá, limão ou laranja, deve ser evitada, pois pode irritar os canais do aparelho urinário, causando inflamação e predispondo a processos infecciosos. Essas práticas simples podem desempenhar um papel crucial na prevenção de infecções urinárias e na promoção da saúde urológica.

Infecção urinária, como tratar

Tratamento de primeira linha

O tratamento de primeira linha para infecções renais é feito com antibióticos. O antibiótico prescrito e a duração do tratamento dependerão de quaisquer condições médicas que você tenha e das bactérias específicas encontradas em seus testes de urina ou sangue. 

Dependendo da gravidade da infecção e dos sintomas, você também pode receber prescrição de analgésicos e medicamentos para redução da febre.

Tratamento de primeira linha: Tratamento de primeira linha significa o primeiro tratamento recomendado para uma doença ou enfermidade.

Normalmente, você pode esperar que seus sintomas comecem a melhorar dentro de alguns dias de tratamento. No entanto, é importante garantir que você siga todo o curso de antibióticos recomendado pelo seu médico, mesmo que comece a se sentir melhor mais cedo.

Hospitalização

Se a sua infecção for grave, seu médico pode recomendar que você receba tratamento como paciente internado em um hospital. O tratamento pode incluir antibióticos e fluidos administrados por meio de uma veia em seu braço, chamado infusão intravenosa. O tempo de internação e o tratamento dependerão da gravidade da infecção e de sua saúde geral.

Cirurgia

Se o fluxo de urina estiver bloqueado por uma pedra ou problema estrutural em seu trato urinário, seu urologista recomendará uma cirurgia para colocar um tubo plástico flexível, chamado stent. Isso permitirá que a urina drene de seus rins para sua bexiga. O procedimento é chamado de colocação de stent ureteral.

Você receberá uma anestesia para amortecer a área ao redor da sua pelve, para que você não sinta dor durante o procedimento, mas pode sentir alguma pressão.

Tratamento caseiro para infecção urinária

alerta para infeccao urinaria

Automedicação e remédios caseiros estão fora de cogitação. É fundamental compreender que, se não tratada adequadamente e não forem adotados os cuidados corretos de higiene, uma infecção urinária pode se tornar recorrente, caracterizada como “cistite de repetição”. Evitar desconfortos, mal-estar e problemas de saúde mais graves é possível ao realizar um acompanhamento regular com seu médico. Lembre-se de que aceitar a persistência da dor não é normal, e ninguém deve se habituar a viver com tal condição.

É comum a mulher procurar o urologista para tratar infecção urinária?

Embora as mulheres geralmente busquem um ginecologista para o tratamento de infecções urinárias, é crucial destacar que o urologista é o especialista voltado para o sistema urinário. O ginecologista, por sua vez, é focado na saúde ginecológica da mulher. No entanto, para uma avaliação e tratamento mais específicos das infecções urinárias, é recomendável procurar um urologista, que possui expertise na abordagem do trato urinário. O cuidado especializado de um urologista pode ser essencial, especialmente em casos de infecções recorrentes ou situações mais complexas relacionadas ao sistema urinário.

Conclusão

No verão, os cuidados com a saúde urinária são essenciais. Ao estar ciente dos sintomas, praticar hábitos preventivos e buscar ajuda médica quando necessário, as mulheres podem proteger a saúde do trato urinário. Cuide-se e aproveite o verão com saúde!

Este artigo é apenas para fins informativos e não substitui a orientação profissional. Consulte sempre um hebiatra para obter conselhos adequados.

Dúvidas Frequentes 

Reforçar a imunidade protege da infecção urinária?

Manter uma imunidade elevada é essencial na prevenção de infecções urinárias. Para aqueles propensos a infecções recorrentes, uma inovadora abordagem preventiva envolve a administração de uma vacina que estimula a produção de anticorpos contra a Escherichia coli, principal causadora dessas infecções. Com comprimidos durante três meses, essa estratégia fortalece a resposta imunológica, apresentando excelentes resultados na prevenção eficaz de infecções urinárias. Consulte um profissional de saúde para orientações personalizadas sobre essa alternativa preventiva.


Infecção urinária causa infertilidade? 

A infecção urinária, se tratada adequadamente, geralmente não leva à infertilidade. No entanto, se a infecção não for diagnosticada ou tratada a tempo, pode se espalhar para os órgãos reprodutivos, aumentando o risco de complicações que podem afetar a fertilidade. 


A Infecção Urinária na Gestação é Comum?

Sim, infelizmente, é comum. Durante a gravidez, as mudanças no corpo podem aumentar o risco de infecções urinárias.


Cistite e infecção urinária são a mesma coisa?

A cistite é o termo utilizado para descrever uma infecção na bexiga.

O sistema urinário compreende os rins, que filtram o sangue e eliminam toxinas na forma de urina. A urina é conduzida pelos ureteres até a bexiga, sendo eliminada pela uretra até chegar à vagina.

Quando mencionamos que uma mulher está com infecção urinária, significa que foi identificada uma infecção no sistema urinário, sem especificar a localização exata. Por meio da análise do quadro clínico e de exames complementares, é possível obter um diagnóstico preciso.

Se a paciente relata dor no baixo ventre, podemos afirmar que a infecção está na bexiga, sendo denominada cistite. Por outro lado, se a pessoa apresenta dor lombar, febre ou dilatação dos rins, indica-se a pielonefrite, uma infecção nos rins. Quando o problema está no ureter, chama-se ureterite, e na uretra, uretrite.

Em resumo, a nomenclatura varia de acordo com a região específica do sistema urinário onde a infecção está localizada.


Por que o Risco de Infecção Urinária Aumenta na Menopausa?

Durante a menopausa, que ocorre geralmente entre os 45 e 60 anos, há uma diminuição na produção hormonal nas mulheres. Esse declínio hormonal faz parte do processo natural de envelhecimento e pode resultar no ressecamento e atrofia vaginal.

A falta de hidratação, que desempenha o papel de uma barreira protetora para a vagina, facilita a migração de bactérias em direção à bexiga. Diante desse cenário, é crucial encaminhar a paciente ao ginecologista para avaliação. Em conjunto com o médico, a possibilidade de reposição hormonal e o uso de cremes vaginais podem ser considerados como parte do tratamento.

Termos relacionados

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Infecção urinária e sangue na urina

Fontes:

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/urinary-tract-infection/symptoms-causes/syc-20353447

https://bluenethospitals.com/health-library/double-j-stent

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Dr. Felipe  Amoedo

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Médico Urologista e Andrologista em Salvador (BA)

Felipe Amoedo se formou em medicina pela UFBA e fez residência em Cirurgia Geral e Urologia pelo HC-FMUSP. Durante sua formação, realizou estágios em uro-oncologia no Memorial Sloan Kettering Cancer Center e em cirurgia robótica no Keck Hospital of USC, ambos nos EUA. Possui formação complementar em Medicina Sexual e Andrologia no Hospital das Clínicas da USP e em Cirurgia Robótica Urológica no Hospital Israelita Albert Einstein. Atualmente, faz parte do corpo clínico de importantes hospitais em Salvador, como o Hospital São Rafael Rede D’or e o Hospital Aliança. Além disso, é membro de diversas associações médicas, incluindo a SBU e a ABEMSS, e sócio fundador do Núcleo Oscar Freire – Saúde Multidisciplinar.

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