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By Dr. Felipe Amoedo | 04/04/2024

Câncer de bexiga: Entenda mais essa condição

Câncer de bexiga: Entenda mais essa condição

O câncer de bexiga é uma condição que impacta as células que revestem esse órgão vital e é classificado de acordo com a natureza da célula que sofreu alteração. Estimativa de novos casos: 11.370 (7.870 em homens, 3.500 em mulheres). Número de mortes: 4.929 (3.325 homens, 1.604 mulheres)(2021).

Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA):

  • Carcinoma de células de transição ou carcinoma urotelial: Este tipo representa a maioria dos casos e tem origem nas células do tecido mais interno da bexiga.
  • Carcinoma de células escamosas: Afeta células delgadas e planas, podendo surgir na bexiga após infecções ou irritações prolongadas.
  • Adenocarcinoma: Inicia-se nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga após longos períodos de irritação ou inflamação.
  • Outros Tipos: Incluem tumores de origem mesenquimal, como rabdomiossarcomas e paragangliomas, além de tumores metastáticos de outros sítios, principalmente ginecológicos e colo-retais.

Quando o câncer está restrito ao tecido de revestimento da bexiga, é considerado superficial. Contudo, se originado nas células de transição, pode se disseminar, invadindo a parede muscular e alcançando órgãos próximos ou gânglios linfáticos, transformando-se em câncer invasivo.

Fonte: Instituto Nacional do Câncer (INCA) – Portal INCA

Sintomas de câncer de bexiga

Os sintomas do câncer de bexiga podem variar, e alguns pacientes podem não apresentar sinais evidentes nas fases iniciais. No entanto, alguns sintomas comuns incluem:

  • Sangue na urina: Um dos sintomas mais frequentes é a presença de sangue na urina (hematúria). Isso pode tornar a urina rosada, avermelhada ou até mesmo marrom.
  • Dor ao urinar(Disúria): Algumas pessoas podem sentir dor ou desconforto ao urinar, o que pode estar relacionado à irritação causada pelo tumor na bexiga.
  • Aumento da frequência urinária: Pacientes com câncer de bexiga podem experimentar um aumento na frequência urinária, sentindo a necessidade de urinar com mais frequência do que o normal.
  • Dor na pelve ou na parte Inferior das costas: O câncer de bexiga, à medida que progride, pode causar dor na pelve ou na parte inferior das costas.
  • Dificuldade em urinar: À medida que o tumor cresce, pode bloquear parcial ou totalmente o fluxo de urina, levando à dificuldade em urinar.
  • Perda de peso inexplicada: Em estágios avançados, a perda de peso inexplicada pode ocorrer.
  • Fadiga e fraqueza: Alguns pacientes podem sentir fadiga constante e fraqueza.

É importante notar que esses sintomas não são exclusivos do câncer de bexiga e podem estar relacionados a outras condições. Se você experimentar esses sintomas, é crucial procurar orientação urológica para uma avaliação adequada.

Causas e Fatores de Risco do Câncer de Bexiga

O câncer de bexiga é uma condição complexa, e suas causas podem ser atribuídas a uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Embora não haja uma única causa conhecida, alguns elementos aumentam a probabilidade de desenvolver essa doença. Vamos explorar as causas e fatores de risco associados ao câncer na bexiga:

Causas:

  • Alterações genéticas: Mudanças no material genético das células da bexiga podem desencadear o desenvolvimento do câncer.
  • Exposição a substâncias tóxicas: A exposição prolongada a certas substâncias químicas, como aquelas encontradas em produtos químicos industriais e tabaco, pode aumentar o risco.
  • Infecções crônicas: Algumas infecções persistentes, embora raras, podem contribuir para o surgimento do câncer de bexiga.

Fatores de Risco:

  • Tabagismo: Fumar é um dos principais fatores de risco, aumentando significativamente a probabilidade de desenvolver câncer de bexiga.
  • Exposição ocupacional: Trabalhar em indústrias químicas ou em atividades que envolvem produtos químicos pode aumentar a exposição a substâncias cancerígenas.
  • Idade e Gênero: O risco de câncer de bexiga aumenta com a idade, sendo mais comum em pessoas mais velhas, e como vimos nas estatísticas, é mais prevalente em homens do que em mulheres.
  • Histórico Familiar: Ter parentes próximos com histórico de câncer de bexiga pode aumentar o risco.
  • Tratamento com radioterapia: Indivíduos que passaram por tratamento com radioterapia na região pélvica podem ter um risco ligeiramente aumentado.
  • Exposição a aristolochia: O contato com plantas do gênero Aristolochia, utilizadas em algumas tradições medicinais, está associado a um aumento do risco.
  • Ingestão de água contaminada: Consumir água contaminada por substâncias químicas pode contribuir para o desenvolvimento do câncer de bexiga.

Detecção Precoce do Câncer de Bexiga: Estratégias e Importância

As estratégias para a detecção precoce do câncer de bexiga são fundamentais para melhorar o prognóstico da doença e reduzir sua morbidade. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) destaca duas abordagens principais: o diagnóstico precoce e o rastreamento.

Diagnóstico Precoce:

Esta estratégia enfatiza a importância de conscientizar a população e os profissionais de saúde sobre os sinais e sintomas suspeitos de câncer de bexiga. Reconhecer precocemente esses indícios é crucial. A rápida identificação e acesso aos serviços de saúde são fatores essenciais para a eficácia dessa abordagem, contribuindo para a redução do estágio de apresentação da doença.

Rastreamento:

O rastreamento é direcionado a grupos populacionais específicos, visando um equilíbrio favorável entre benefícios e riscos. Os benefícios incluem um prognóstico melhorado com tratamento mais efetivo e menor morbidade. No entanto, os riscos envolvem resultados falso-positivos, ansiedade, resultados falso-negativos e possíveis malefícios do teste.

Até o momento, não há evidências científicas suficientes para recomendar o rastreamento do câncer de bexiga, conforme diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do US Preventive Services Task Force.

Diagnóstico do Câncer de bexiga

O diagnóstico do câncer de bexiga envolve uma série de estratégias para garantir uma identificação precisa da doença. É fundamental que profissionais de saúde e pacientes estejam cientes dos métodos disponíveis para garantir um tratamento eficaz. Abaixo, destacam-se algumas das principais abordagens diagnósticas:

Histórico médico e exame físico:

Os profissionais de saúde realizam uma avaliação detalhada do histórico médico do paciente e conduzem um exame físico para identificar possíveis sinais da doença.

Exames de urina:

A presença de sangue na urina (hematúria) é um sinal comum do câncer de bexiga. Exames de urina podem ajudar a detectar esse sintoma.

Cistoscopia:

Para realizar a cistoscopia, o médico insere um tubo pequeno e estreito, o cistoscópio(um tubo fino com uma luz e uma lente para visualizar o interior da bexiga),  através da uretra, permitindo a identificação de possíveis tumores ou outras anormalidades.

A cistoscopia pode ser feita no consultório médico ou no hospital.

Cistoscopia na urologia

Exames de imagem:

Testes como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) podem fornecer imagens detalhadas da bexiga, ajudando na avaliação da extensão do câncer.

Biópsia:

Uma biópsia da bexiga envolve a coleta de pequenas amostras de tecido para análise laboratorial. Esse procedimento confirma a presença do câncer e pode determinar o tipo específico.

biopsia - Câncer de bexiga

Ultrassonografia transvaginal (em mulheres) ou transretal (em homens):

Esses exames podem ser realizados para avaliar a extensão do câncer, especialmente em áreas próximas à bexiga.

Exames de sangue:

Alguns marcadores tumorais no sangue podem fornecer informações adicionais sobre o câncer de bexiga.

Quando consultar um médico:

Diante de qualquer sintoma suspeito, é imperativo que os indivíduos busquem um urologista. Somente profissionais de saúde qualificados podem conduzir os exames necessários e determinar o curso adequado de tratamento. A conscientização sobre os sinais de alerta e a realização de exames regulares são passos essenciais para garantir a detecção precoce e o manejo eficiente do câncer de bexiga.

Meu compromisso é cuidar da sua saúde de forma ética, individualizada e humana.

Prevenção do Câncer de Bexiga: Hábitos e Cuidados Essenciais

A prevenção do câncer de bexiga envolve a adoção de hábitos saudáveis e a minimização de fatores de risco conhecidos. Ao incorporar práticas preventivas no dia a dia, é possível reduzir a probabilidade de desenvolver essa condição. Aqui estão algumas diretrizes importantes:

  • Cessação do tabagismo;
  • Hidratação adequada;
  • Proteção contra agentes químicos;
  • Evitar exposição a substâncias tóxicas;
  • Controle da pressão arterial;
  • Exames médicos regulares.

Além dessas ações preventivas básicas, é importante:

Consultas regulares ao médico podem identificar precocemente sintomas ou fatores de risco, permitindo uma intervenção antes do desenvolvimento do câncer.

Atenção aos sintomas: Qualquer sinal de alerta, como sangue na urina, dor ao urinar ou mudanças nos hábitos urinários, deve ser prontamente comunicado ao médico.

Conscientização e Educação: Promover a conscientização sobre fatores de risco e práticas preventivas é essencial. Campanhas educativas podem incentivar mudanças positivas no estilo de vida e alertar para a importância da busca por assistência médica diante de sintomas preocupantes.

ATENÇÃO: Use proteção solar, parece estranho essa relação, mas a proteção solar adequada pode ajudar a prevenir o câncer de pele, que, quando se espalha, pode afetar a bexiga.

Tratamento do Câncer de bexiga

No cenário do tratamento do câncer de bexiga, a Mayo Clinic destaca a importância de abordagens personalizadas, considerando fatores cruciais, como tipo de câncer, grau e estágio, além da saúde geral e preferências individuais do paciente.

As opções de tratamento abrangem diversas modalidades, como:

Cirurgia:

Ressecção Transuretral de Tumor de Bexiga (TURBT): Procedimento diagnóstico e terapêutico, indicado para cânceres confinados às camadas internas da bexiga.

Cistectomia: Remoção parcial ou total da bexiga, podendo incluir outras estruturas em casos avançados.

Quimioterapia:

  • Intravesical: Administrada diretamente na bexiga, é uma opção para cânceres no revestimento da bexiga com alto risco de recorrência.
  • Sistêmica: Envolve todo o corpo, podendo ser indicada após a cirurgia ou como tratamento primário quando a remoção da bexiga não é viável.

Radioterapia: Utilização de feixes de energia para destruir células cancerígenas, aplicada em máquinas de precisão.

Imunoterapia: Ativação do sistema imunológico para combater as células cancerígenas, administrada na bexiga ou sistemicamente.

Terapia direcionada:

Foco em fraquezas específicas das células cancerígenas, podendo ser considerada para casos avançados.

O tratamento pode envolver combinações dessas abordagens, sendo a escolha determinada pela equipe médica, levando em consideração a singularidade de cada situação.

Combinação de TURBT: Quimioterapia e radioterapia, preservando a função da bexiga sempre que possível.

Quando consultar um médico

Felipe Amoedo

Ao perceber que a está urina descolorida e está preocupado com a possibilidade de conter sangue, marque uma consulta com seu urologista para fazer um exame. 

Mitos e Verdades

  • Mito: Apenas fumantes desenvolvem câncer de bexiga.
  • Mito: O câncer de bexiga é sempre doloroso e causa sintomas visíveis.
  • Verdade: Mulheres também desenvolvem câncer de bexiga. Embora seja menos comum em mulheres do que em homens, o câncer de bexiga afeta ambos os sexos. O risco nas mulheres aumenta com a idade, especialmente após a menopausa.
  • Verdade: Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, muitas pessoas com câncer de bexiga têm prognóstico positivo. O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar e tratar qualquer recorrência.
  • Mito: Não há prevenção eficaz para o câncer de bexiga. 
  • Mito: O câncer de bexiga é contagioso.
  • Verdade: Mesmo sem sintomas é importante procurar um urologista. O câncer de bexiga pode ser assintomático em seus estágios iniciais. Consultas regulares são essenciais, especialmente para aqueles com fatores de risco.

Dúvidas Frequentes sobre Câncer de Bexiga 

Por que o câncer de bexiga é mais prevalente em homens?

O câncer de bexiga é mais prevalente em homens devido a fatores como anatomia uretral mais longa, maior histórico de tabagismo, exposição ocupacional a substâncias carcinogênicas, influência hormonal e possível associação com infecções do trato urinário. Embora seja mais comum em homens, as mulheres também estão em risco, destacando a importância da conscientização e prevenção para ambos os sexos.


Que tipo de câncer de bexiga eu tenho?

O tipo mais comum é o carcinoma urotelial, mas há outros tipos, como adenocarcinomas e carcinomas de células pequenas.


Quais são minhas opções de tratamento?

As opções dependem do grau e estágio do tumor. Tratamentos podem envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.


O que é uma neobexiga?

É uma derivação urinária criada durante a remoção da bexiga, envolvendo a construção de uma “bexiga” a partir do intestino.


O que é um conduto ileal?

É outra forma de derivação urinária que usa um segmento do intestino, desviando a urina para uma bolsa externa.


Como o tratamento afetará minha qualidade de vida?

Tratamentos podem ter efeitos colaterais, e considerações sobre incontinência devem ser ponderadas.


DESTAQUE: Essas informações visam fornecer orientação geral. Consultar um urologista para informações específicas é fundamental.

Termos de pesquisa

Câncer na bexiga

Sintomas do câncer de bexiga

Tratamento para câncer de bexiga

Diagnóstico precoce de câncer de bexiga

Fatores de risco para câncer de bexiga

Cirurgia de câncer de bexiga

Quimioterapia intravesical

Radioterapia para câncer de bexiga

Imunoterapia no tratamento de câncer na bexiga

Cistectomia radical

Neobexiga

Ileal conduit

adenocarcinoma bexiga

Qualidade de vida após tratamento de câncer de bexiga

Prevenção de câncer na bexiga

Estatísticas de câncer na bexiga

Pesquisa sobre novos tratamentos para câncer na bexiga

Câncer na bexiga em mulheres

CA de bexiga

Câncer na bexiga em homens

Recorrência de câncer na bexiga

Sobrevivência após câncer na bexiga

Urologista em Salvador Bahia

Uro-Oncologia em Salvador Bahia

Referências

https://www.mayoclinic.org/ https://www.gov.br/inca/

Instituto Nacional do Câncer (INCA)

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Dr. Felipe  Amoedo

CRM 179875 SP – RQE 94412 – RQE 94411

Médico Urologista e Andrologista em Salvador (BA)

Felipe Amoedo se formou em medicina pela UFBA e fez residência em Cirurgia Geral e Urologia pelo HC-FMUSP. Durante sua formação, realizou estágios em uro-oncologia no Memorial Sloan Kettering Cancer Center e em cirurgia robótica no Keck Hospital of USC, ambos nos EUA. Possui formação complementar em Medicina Sexual e Andrologia no Hospital das Clínicas da USP e em Cirurgia Robótica Urológica no Hospital Israelita Albert Einstein. Atualmente, faz parte do corpo clínico de importantes hospitais em Salvador, como o Hospital São Rafael Rede D’or e o Hospital Aliança. Além disso, é membro de diversas associações médicas, incluindo a SBU e a ABEMSS, e sócio fundador do Núcleo Oscar Freire – Saúde Multidisciplinar.

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