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By Dr. Felipe Amoedo | 04/03/2024

Bexiga hiperativa: tudo que você precisa saber

Bexiga hiperativa: tudo que você precisa saber

Para entender sobre Bexiga Hiperativa é importante falar sobre o funcionamento do trato urinário inferior. 

A bexiga é uma espécie de reservatório, e sua função é armazenar a urina. Em circunstâncias normais, a bexiga permanece em repouso durante o enchimento e contrai-se apenas quando o cérebro emite o sinal para eliminar a urina armazenada.

Olá, eu sou o Felipe Amoedo, médico urologista e andrologista em Salvador(BA). Seja bem-vindo ao meu portal de informação. Boa leitura!

Na bexiga hiperativa, o processo de armazenamento de urina é comprometido, uma vez que a bexiga passa a contrair-se involuntariamente. Isso resulta em um desejo repentino e urgente de urinar, podendo levar, em alguns casos, a escapes involuntários antes de chegar ao banheiro.

A bexiga hiperativa pode surgir devido a um mau funcionamento da própria bexiga ou à interrupção na comunicação entre o trato urinário inferior e o sistema nervoso central. Essa disfunção no trato urinário reduz a capacidade de armazenamento da urina, manifestando-se na forma de uma necessidade urgente de urinar, muitas vezes associada à incontinência urinária.

Meu compromisso é cuidar da sua saúde de forma ética, individualizada e humana.

Impacto

Essa condição pode impactar significativamente a qualidade de vida, interferindo nas atividades diárias e no sono. 

A bexiga hiperativa (bexiga nervosa)  não é uma parte normal do envelhecimento, e seu tratamento pode envolver uma combinação de terapias comportamentais, medicamentos e, em casos mais graves, intervenções médicas ou cirúrgicas. 

Se perceber qualquer mudança nos seus padrões urinários ou sentir desconforto ao urinar, não hesite em procurar ajuda médica. A sintomas urinários não é algo que devemos aceitar como parte natural do envelhecimento. Seu bem-estar merece atenção e cuidado. 

Possíveis Causas:

A bexiga hiperativa pode ter várias causas, e é essencial identificar o fator subjacente para um tratamento adequado. Algumas das possíveis causas incluem:

  • Envelhecimento: O envelhecimento natural pode levar a mudanças na musculatura da bexiga, aumentando o risco de bexiga hiperativa.
  • Infecções urinárias: Infecções frequentes na bexiga podem irritar os tecidos e contribuir para a hiperatividade.
  • Lesões nervosas: Danos nos nervos que controlam a bexiga, seja devido a lesões, cirurgias ou condições neurológicas, podem desencadear sintomas de bexiga hiperativa.
  • Obstruções: Bloqueios no trato urinário, como cálculos renais ou aumento da próstata em homens, podem causar problemas na bexiga.
  • Estilo de vida: Fatores como dieta, tabagismo e obesidade podem influenciar a saúde da bexiga e contribuir para a bexiga hiperativa.
  • Medicamentos: Certos medicamentos podem afetar a função da bexiga e levar a sintomas de urgência urinária.
  • Distúrbios do sono: Distúrbios como apneia do sono podem estar associados à bexiga hiperativa, devido às interrupções no padrão de sono.
  • Histórico familiar: Se houver casos de bexiga hiperativa na família, há uma tendência aumentada de desenvolver a condição.
  • Algumas condições como: Cálculos da bexiga, Hiperplasia benigna da próstata, Alterações hormonais, Hérnias de disco, AVC, Doença de Parkinson, Demências (Alzheimer), Esclerose múltipla,  Lesões na medula espinhal, Diabetes mellitus, etc.

Embora mais de 30% das pessoas com mais de 75 anos possam experimentar essa condição, é importante destacar que ela não é exclusiva da idade avançada.

Sintomas de bexiga hiperativa

  • Urgência urinária: Sensação súbita e intensa de necessidade de urinar, muitas vezes difícil de controlar.
  • Frequência urinária aumentada: necessidade de urinar com mais frequência do que o habitual, mesmo quando a quantidade de urina é pequena.
  • Incontinência de urgência: Incapacidade de controlar o esvaziamento da bexiga, levando a vazamentos involuntários de urina.
  • Noctúria: Necessidade de urinar durante a noite, interrompendo o sono regular.
  • Polaciúria: Aumento do número de micções durante o dia.
  • Dificuldade em esvaziar a bexiga: um problema sério que não apenas causa desconforto, mas também aumenta o risco de infecções do trato urinário.

Como é realizado o diagnóstico da bexiga hiperativa?

O diagnóstico da bexiga hiperativa é, principalmente, estabelecido por meio de uma avaliação clínica abrangente. Além de uma anamnese detalhada, na qual o urologista discute os sintomas com o paciente, podem ser utilizados registros de micções, exames laboratoriais, exames de imagem e avaliação urodinâmica.

Durante a avaliação inicial, é crucial coletar informações que descartem outras possíveis causas dos sintomas que não estejam relacionadas à bexiga nervosa.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, para diferenciar a bexiga hiperativa de uma infecção urinária, por exemplo, o paciente pode realizar testes clínicos simples, como o Exame de Urina Tipo e a cultura de urina, para descartar a presença de Infecção do Trato Urinário.

Se os resultados desses exames forem negativos para infecção do trato urinário e os sintomas de urgência urinária persistirem, o diagnóstico da síndrome pode ser confirmado. Esse processo permite uma abordagem mais precisa e direcionada ao tratamento da bexiga hiperativa.

Como é feito o tratamento da bexiga hiperativa ?

O tratamento da bexiga hiperativa visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. As abordagens terapêuticas podem variar com base na gravidade dos sintomas, na resposta individual e nas condições subjacentes. Aqui estão algumas opções comuns de tratamento:

Mudanças no estilo de vida:

  • Hidratação adequada: Beber líquidos de forma equilibrada.
  • Evitar irritantes: Reduzir o consumo de cafeína, álcool e alimentos picantes.
  • Manter peso saudável: A obesidade pode piorar os sintomas.
  • Fisioterapia: Exercícios específicos podem fortalecer os músculos pélvicos e melhorar o controle da bexiga.

Treinamento da bexiga:

Estabelecer horários regulares para urinar, mesmo sem sentir vontade, para treinar a bexiga.

Medicamentos:

Os tratamentos conservadores geralmente são a primeira abordagem

Estimulação Nervosa Sacral (SNS):

Uma terapia em que pequenos impulsos elétricos são enviados ao nervo sacral, que controla a bexiga.

Toxina botulínica (Botox):

Injeções podem ser aplicadas na bexiga para relaxar os músculos e reduzir a urgência.

Intervenções cirúrgicas:

Em casos graves, podem ser consideradas cirurgias para corrigir problemas estruturais. A cirurgia é considerada como último recurso. 

Dispositivos médicos:

Alguns dispositivos, como marcapassos para a bexiga, podem ser recomendados.

Prevenção

Prevenir a bexiga hiperativa envolve a adoção de hábitos saudáveis e a implementação de estratégias para manter a saúde do trato urinário. Aqui estão algumas recomendações para ajudar na prevenção:

Hidratação adequada:

Beba água de forma equilibrada ao longo do dia. Evite o consumo excessivo de líquidos antes de dormir.

Evitar irritantes:

Reduza o consumo de cafeína, álcool, alimentos picantes e adoçantes artificiais, pois esses podem irritar a bexiga.

Manter peso saudável:

Mantenha um peso saudável, pois o excesso de peso pode aumentar a pressão sobre a bexiga e agravar os sintomas.

Prática de exercícios:

Mantenha uma rotina regular de exercícios físicos para manter o peso e fortalecer os músculos pélvicos.

Treinamento da bexiga:

Como já mencionei anteriormente, estabeleça horários regulares para urinar, mesmo se não sentir vontade. Evite “segurar” a urina por longos períodos.

Cuidado com a higiene:

Após usar o banheiro, limpe-se da frente para trás para evitar a introdução de bactérias na uretra.

Evitar fumar:

O tabagismo pode irritar a bexiga e piorar os sintomas.

Gestão do estresse:

Pratique técnicas de gestão do estresse, como yoga ou meditação, pois o estresse pode contribuir para a bexiga hiperativa.

Alimentação balanceada:

Mantenha uma dieta equilibrada, rica em fibras, para evitar problemas digestivos que possam afetar a bexiga.

Consulta médica regular:

Faça consultas regulares com um profissional de saúde para avaliações preventivas e discutir qualquer preocupação relacionada à saúde urinária.

É importante notar que, embora essas práticas possam ajudar na prevenção, não há garantia de que a bexiga hiperativa possa ser completamente evitada, especialmente em casos relacionados a fatores genéticos ou envelhecimento. Em caso de sintomas persistentes, é fundamental procurar orientação de um urologista para um diagnóstico adequado e plano de tratamento.

Conclusão

Em síntese, a bexiga hiperativa representa um desafio significativo no funcionamento do trato urinário. Seja pela contrariedade da bexiga ou pela interrupção na comunicação nervosa, essa condição pode afetar homens, mulheres e até mesmo crianças. As manifestações repentinas de urgência para urinar, muitas vezes acompanhadas por escapes involuntários, podem impactar consideravelmente a qualidade de vida.

A compreensão profunda desses mecanismos é crucial para um diagnóstico preciso e a elaboração de estratégias terapêuticas eficazes. Homens, especialmente aqueles com obstruções urinárias, e mulheres na pós-menopausa enfrentam uma predisposição maior a essa síndrome. A busca por intervenções médicas e a adoção de um plano de tratamento personalizado são passos essenciais para restaurar o equilíbrio no funcionamento do trato urinário e proporcionar alívio aos indivíduos afetados pela bexiga hiperativa.

Dúvidas frequentes

Fui diagnosticada com bexiga hiperativa, fiz o tratamento e senti uma melhora, mas em alguns momentos eu tenho crise, isso é comum? 

Sim, é possível ter episódios de crise mesmo após iniciar o tratamento para a bexiga hiperativa. A resposta ao tratamento pode variar de pessoa para pessoa, e alguns fatores, como estresse, mudanças hormonais, infecções do trato urinário, entre outros, podem desencadear momentos de piora nos sintomas.

É importante continuar seguindo as orientações do seu urologista e manter uma comunicação aberta sobre qualquer mudança nos sintomas. Em alguns casos, pode ser necessário ajustar o plano de tratamento para otimizar o controle dos sintomas. Se você perceber que as crises são frequentes ou significativamente impactantes, agende uma consulta com o profissional de saúde para discutir suas preocupações e ajustar o plano de manejo, se necessário.


Quais são os fatores de risco para a bexiga hiperativa?

Fatores de risco incluem envelhecimento, sexo feminino, obesidade, doenças neurológicas, tabagismo, histórico familiar, infecções do trato urinário, diabetes, alimentação inadequada e lesões urogenitais.


A bexiga hiperativa é mais comum em homens ou mulheres?

Embora afete ambos os sexos, as mulheres, especialmente após a menopausa, têm uma maior predisposição à bexiga hiperativa.


Qual é a relação entre bexiga hiperativa e incontinência urinária?

A bexiga hiperativa pode levar à incontinência urinária, onde ocorre vazamento involuntário de urina devido à urgência súbita e incontrolável de urinar.


A bexiga hiperativa tem cura?

Embora não haja uma cura definitiva, o tratamento adequado pode significativamente melhorar os sintomas e a qualidade de vida.


Quando devo procurar um urologista em caso de suspeita de bexiga hiperativa?

Deve-se procurar um médico se houver sintomas persistentes de urgência urinária, frequência aumentada de micção ou incontinência, pois um diagnóstico precoce permite opções de tratamento mais eficazes.

Fonte: 

https://portaldaurologia.org.br/

https://www.cnnbrasil.com.br/

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Dr. Felipe  Amoedo

CRM 179875 SP – RQE 94412 – RQE 94411

Médico Urologista e Andrologista em Salvador (BA)

Felipe Amoedo se formou em medicina pela UFBA e fez residência em Cirurgia Geral e Urologia pelo HC-FMUSP. Durante sua formação, realizou estágios em uro-oncologia no Memorial Sloan Kettering Cancer Center e em cirurgia robótica no Keck Hospital of USC, ambos nos EUA. Possui formação complementar em Medicina Sexual e Andrologia no Hospital das Clínicas da USP e em Cirurgia Robótica Urológica no Hospital Israelita Albert Einstein. Atualmente, faz parte do corpo clínico de importantes hospitais em Salvador, como o Hospital São Rafael Rede D’or e o Hospital Aliança. Além disso, é membro de diversas associações médicas, incluindo a SBU e a ABEMSS, e sócio fundador do Núcleo Oscar Freire – Saúde Multidisciplinar.

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